Crianças tentam chegar aos Estados Unidos e vivem fase de pesadelo


PASCOM MATRIZ DE SANTO ANDRÉ - SP
POR ROSINHA MARTINS
DE SANTO ANDRÉ - SP

Milhares de crianças latino-americanas que tentam chegar aos EUA, se encontram em péssimas condições no México.

Enquanto aguardam respostas das autoridades norte-americanas, crianças da América Central que migraram rumo aos Estados Unidos, se encontram 
isoladas na cidade de Heroica Matamoros, México, em condições insalubres por causa da insegurança e falta de acesso a serviços básicos de sobrevivência.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), fez um apelo às autoridades mexicanas que implementem o Protocolo para a Proteção das Crianças Migrantes, desenvolvido pelo governo. No momento se encontram nessa situação ao menos 2.200 crianças.

Para a vice-presidente do UNICEF no México, Pressia Arifin-Cabo, "é preciso agir agora, porque as crianças não podem esperar. Existe uma incerteza sobre o que vai acontecer e a instabilidade afeta o seu bem-estar e tem consequências para a sua sobrevivência e desenvolvimento".

Cabo chama a atenção para a necessidade de se trabalhar para que os menores sejam protegidos no seu local de origem. "Eles precisam ser protegidos também durante o trânsito e em direção ao seu destino final."

Arifin-Cabo defende a importância da implementação urgente do Protocolo para a Proteção das Crianças Migrantes pelo governo mexicano.

"Não se sabe ao certo o que acontecerá com essas crianças e adolescentes" e o fator instabilidade afeta o seu bem-estar e tem consequências para sua sobrevivência e desenvolvimento."

Deixei meu filho de 7 anos ir sozinho para os Estados Unidos

Fernanda, 27, veio de Honduras e, desde outubro, vive nas ruas de Matamoros, Tamaulipas. Acompanhou o filho até certa altura do caminho e lhe deixou partir só para os EUA. "Eu o levei até a ponte México-Estados Unidos, beijei-o e disse-lhe que caminhasse até encontrar os oficiais da migração.

O pesadelo

As crianças alimentam o sonho de chegar, porém a permanência não é garantida. De janeiro a agosto de 2019, mais de 32 mil crianças foram deportadas do Estados Unidos e México para El Salvador, Guatemala e Honduras, o dobro do ano anterior. Desde então, tem sido reforçado o policiamento para expulsar famílias e crianças rumo aos mesmos perigos que eles estavam convictos de ter deixado para trás.

Fonte: imprensa scalabriniana