Redação Somos Todos Migrantes


Comunicação e Migração é tema para a Semana de Comunicação Cásper Líbero 


PASCOM MATRIZ DE SANTO ANDRÉ - SP
POR IMPRENSA SCALABRINIANA 
DE 
SANTO ANDRÉ -SP

O Departamento de Cultura Geral da Fundação Cásper Líbero, em São Paulo, trouxe para a 3ª Semana de Comunicação 2019, o tema Comunicação e Migração. O Colóquio aconteceu na quinta,29, no Teatro da Faculdade e reuniu especialistas no assunto e graduandos em comunicação.

O objetivo é "abrir diálogo com a comunidade para pensar como a mídia e os planos de comunicação abordam esta questão", explica a coordenadora do Departamento, Profa. Dra. Roberta Brandalise. E num foro mais amplo, "avaliar a visibilidade do migrante e do refugiado, das suas necessidades, anseios e lutas, qual o tipo de representação de fato existe".

Profa. Dra. Roberta Brandalise
Profa. Dra. Roberta Brandalise

Advocacy com solução para a crise das democracias no mundo e para uma acolhida de qualidade para o migrante e o refugiado foi assunto assessorado pela Profa. Rachel de Rosso Buzzoni, doutoranda na ECA/Usp e mestre em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero. "O engajamento da sociedade civil para transformar as políticas públicas são de fundamental importância. Se nos mobilizamos, comunicamos, nos engajamos conseguimos desenvolver políticas públicas para acolher os migrantes de forma mais respeitosa, honesta, pela defesa dos seus direitos", disse.

Profa. Rachel de Rosso Buzzoni
Profa. Rachel de Rosso Buzzoni

Buzzoni citou organizações do terceiro setor que, a seu ver, atuam com seriedade junto à sociedade civil como Missão Paz, IMDH, dentre outras que fazem ações de advocacy em prol dos migrantes e acrescentou que "o Projeto de Lei municipal no Estado de São Paulo que está em andamento e a Lei de migração atualizada e aprovada em 2017 são grandes trabalhos realizados por grupos de apoio, entidades e parlamentares, como iniciativas que têm feito a diferença."

O jornalista fundador e editor do site "MigraMundo", Rodrigo Borges Delfim, deu dicas de pautas sobre o tema da migração e do refúgio e pontuou como tratar o assunto no exercício do jornalismo. "Trouxemos algumas dicas de pautas referentes ao tema para os estudantes de jornalismo e sugestões de termos a serem evitados, com por exemplo "crise migratória", "drama", a fim de se ter um olhar mais humanizado sobre o migrante e o refugiado, sobre o fenômeno migratório como um todo, explicou.

Jornalista Rodrigo Borges Delfim
Jornalista Rodrigo Borges Delfim

Delfim apresentou, também, sugestões de guias orientativos para comunicadores que queiram ou precisam cobrir pautas relacionadas a pessoas em situação de migração e refúgio.

A Mestre em Comunicação, na linha de Jornalismo, Imagem e Entretenimento, Profa. Rosinha Martins, missionária scalabriniana, refletiu sobre a representação do migrante, especificamente da criança estrangeira nos jornais da Itália, diante do fenômeno sem precedentes de entrada de pessoas em situação de refúgio que buscam os países da Europa fugindo da fome, da violência e de governos ditatoriais. "Os jornais não têm tratado com a devida seriedade este evento que é humano, de pessoas que têm sonhos e lutam pela sobrevivência. Normalmente as reduzem a números, etnizam e fulanizam", assegura.

Ainda, segundo Martins, "é preciso humanizar o nosso fazer jornalístico que se dá por meio da escuta, do dar voz a estes seres humanos, contar as suas histórias e aprofundar os fatos a fim de fazer ver a verdadeira realidade da imigração e do refúgio em vista do bem deles e da sociedade como um todo. O jornalismo tem um compromisso com a verdade que transforma as relações para o bem comum", recordou.