História e Relíquia de Santo André

Os dois irmãos tornaram-se discípulos de Cristo. André esteve sempre próximo a Cristo durante sua vida pública. Esteve presente na Última Ceia, viu o Senhor Ressuscitado, testemunhou a Ascensão, recebeu graças e dons no primeiro Pentecostes.

Santo André ajudou a estabelecer a Fé na Palestina; pregou na Capadócia, Galácia e Bitínia, e esteve em Bizâncio, fundou a Igreja local e apontou São Eustáquio como primeiro bispo.

Esteve na Trácia, Macedônia, Tessália e em Acaia, onde fundou a comunidade cristã de Patras, um dos modelos de Igreja nos primeiros tempos. Ele é considerado o fundador da Igreja Ortodoxa.

Segundo a tradição, André foi martirizado em Patras, na Grécia, por ordem do governador romano Egeu, cidade na qual havia sido eleito bispo. Foi amarrado, a uma cruz em forma de X, que ficou conhecida como a "Cruz de Santo André".

Ao vê-la, antes do suplício, teria dito o apóstolo:

«Salve Santa Cruz, tão desejada, tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre; de ti receba O que por ti me salvou!»

Todos se admiravam da coragem e da alegria que se estampava no rosto do apóstolo mártir, quando se entregou aos algozes fixado à cruz, permanecendo dois dias nesta posição, orando, aconselhando e orientando aos seus. Uma piedosa mulher de nome Maximila retirou da cruz o corpo do apóstolo sepultando-o com muita honra.

As Relíquias

Suas relíquias foram transferidas de Patras para Constantinopla e depositadas na Igreja dos Apóstolos, tornando-se padroeiro desta cidade. Quando Constantinopla foi tomada pelos franceses no início do século XIII, o Cardeal Pedro de Cápua levou as relíquias para a Itália e as colocou na Catedral de Amalfi, onde ainda permanecem. Mais recentemente, o Papa Paulo VI, desejando simbolizar a união de fraternidade com a Igreja Ortodoxa, devolveu as relíquias de Santo André à Igreja de Constantinopla.

Santo André é padroeiro da Matriz, (primeira Igreja construída em Santo André), da nossa Diocese e da cidade de Santo André. Também é patrono da Rússia, da Escócia, da Romênia e da Grécia e no calendário católico é comemorado no dia 30 de novembro, data de seu martírio.

Histórico da relíquia de Santo André existente em nossa paróquia

Primeira Relíquia: 1956

Há muitos anos, na segunda metade do século XX, na cidade de Santo André, São Paulo, os devotos do Santo André Apóstolo se reuniram para celebrar uma data especial. Era o dia da festa litúrgica de Santo André Apóstolo, o padroeiro da paróquia, da cidade e da diocese que leva seu nome.

A história dessa relíquia sagrada remonta, segundo o Livro Tombo paroquial, a 1956, um ano que ficou marcado na memória da comunidade local. Segundo registro histórico, naquela ocasião, um tríduo de pregação foi realizado, com a participação do bispo diocesano, Dom Jorge Marcos de Oliveira. No dia 30 de novembro, o bispo presidiu a santa missa e conferiu as Ordens do Diaconato a três clérigos dos Padres de Sion, bem como ao clérigo Azulem Pinto Ferreira, este último da Diocese de Santo André. 

Dois dias depois, em 2 de dezembro, ocorreu a festa externa em honra do Santo Padroeiro. Uma solene missa foi cantada pelo Rev. Fr. Mario Rimondi, que proferiu um panegírico sobre o Santo durante o Evangelho. À tarde, a tradicional procissão de Santo André tomou as ruas da cidade, e a benção solene foi realizada com a relíquia de Santo André Apóstolo. 

Essa relíquia foi doada pelo Padre Casimiro Milauskas, secretário e chanceler representante do Bispo.Na mesma ocasião, a torre da igreja ganhou um relógio, e a inauguração desse novo tesouro foi presidida pelo Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Pedro Dell'Antonia. As bandeiras do Brasil, do Papa e de Santo André foram hasteadas no alto da torre, simbolizando a união da fé e da pátria. Essa celebração foi uma das mais belas festas já realizadas em Santo André, sendo uma verdadeira expressão da devoção do povo.

Quanto ao grau da relíquia de Santo André Apóstolo, permanece um mistério enigmático. Acredita-se que seja de primeiro grau, dada a sua importância, selo de autenticidade e o fato de estar acondicionada em um relicário próprio, segundo costumes da época, para relíquias de primeiro grau.

Relíquias de segundo grau, como roupas do santo, são praticamente impossíveis de se obter, especialmente quando se trata dos apóstolos. Já as de terceiro grau são objetos que estiveram em contato com partes do corpo do santo, embora não possuam a mesma importância e valor. Esta relíquia, devido ao selo de autenticidade e ao profundo significado que carrega para a cidade e a diocese que têm o Apóstolo Santo André como patrono, continua a ser um tesouro espiritual inestimável para a comunidade local.

Santo André, rogai por nós.

Fontes:
SÍBULA, Tiago. Pároco Matriz 2023.
CARVAJAL, Francisco F, Ed. Quadrante, 1993
KONINGS, J., Ed. Vozes, 1986
DONADEO, Ed. Ave Maria, s/d