REFLEXÃO BÍBLICA

24/12/2020

MAGNIFICAT: O Cântico de Maria que exalta a grandeza de Deus

PASCOM MATRIZ DE SANTO ANDRÉ - SP
POR VANESSA MASCARO SIRIBELI
DE SANTO ANDRÉ - SP

"A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" Lucas 1, 46-47

Nos dias que antecedem o Natal do Senhor, a liturgia nos presenteia, com o belíssimo cântico proclamado pela mãe do Salvador, trata-se do Magnificat, que encontramos no evangelho segundo São Lucas (Lc 1,46-56).

Antes porém, gostaria de comparar esse texto ao texto vetero-testamentario, proclamado por Ana, no livro de 1 Samuel, cap 2, versículos de 1 a 10. Tanto Ana, como Maria, exaltam a Deus por sua grandeza e pelas maravilhas realizadas. Ana era estéril, mas Deus olhou para sua pequenez e a agraciou com Samuel, seu filho! Maria visita sua prima Isabel, que assim como Ana, também era estéril, mas para Deus tudo é possível, e Isabel gerou João Batista.

Diante tantas maravilhas, Maria através de seu canto recorda a aliança com o povo, sua origem judaica e sua fé no Deus que tudo pode! Entretanto, é através de Maria que temos a Revelação do rosto de Deus ao mundo inteiro, a todos os povos e nações. Podemos dizer, como cristãos, que a partir desse evento, temos o prelúdio do que haveria de ser a religião Cristã.

Entretanto, quero destacar quatro aspectos que Maria, discípula do AMOR, profetizou com seu cântico, aspectos esses já mencionados nos estudos do teólogo William BARCLAY,  bem como pelo teólogo e Prof. Dr. Frei Clodovis Boff, estudo que ficou conhecido como Mariologia Social.

1) Aspecto Moral: "Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração". Aqueles que se colocam a serviço, devem fazer com a gratuidade de coração, sem interesses, sem vanglorias pra si próprio. Deus ama os humildades e os capacita. Arrogância e prepotência não combinam com quem deseja servir o próximo.

2) Aspecto Social: "Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes". Bem conhecemos o contexto histórico em que a história de José e Maria aconteceu. Não diferente do que vemos hoje em dia, governantes que oprimem o povo usando em vão o Santo nome de Deus. Aquele que tem o dever de zelar pelo povo e não o faz, será derrubado. Me parece que a pandemia, mostra bem, que tipo de governante temos. Deus os derrubará também!

3) Aspecto Econômico: "Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias" .Não podemos ficar alheios ao sofrimento dos pobres. Ser indiferente, não favorece a realização do projeto de Deus. Devemos promover os menos favorecidos para que tenham as mesmas condições: justiça e equidade. 

4) Aspecto Espiritual: "Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia". Deus é Pai de Amor e por isso se fez homem e habita entre nós. Deus em seu plano de amor pela humanidade, nunca nos desampara, vem sempre em nosso socorro. Confiemos em seu amor que nunca tem fim, vivamos na esperança, sem medo: Deus é o Deus do possível! 

O Magnificat reflete a alma de Maria (cf. Puebla, 297). Neste Canto, a Virgem exalta a Deus com sua humildade em servir e defender os mais pobres, excluídos, injustiçados e oprimidos. Maria permite que o projeto de Deus aconteça! 

E nós, estamos favorecendo o projeto de Deus?

Quais mudanças proponho em minha vida, minha família, meu trabalho, meu projetos, minha comunidade, minha cidade, meu país? 

Como posso ser como Maria?

Maria, como profetiza dos pobres de Javé, se tornou o grande sinal do rosto materno e misericordioso do Pai. Ela nos convida a entrar em comunhão com Deus (cf. Puebla, 282).

Que possamos fortalecer nossa fé e preparar nosso coração pra chegada do AMOR, nosso Rei e Senhor!


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